AMILCAR DE CASTRO
Escultor, desenhista e diagramador mineiro.Famoso por suas esculturas neoconcretas, feitas com chapas de aço e ferro recortadas em formato geométrico.
Nasceu em Paraisópolis estudou desenho e pintura no decorrer de oito anos, de 1942 a 1950, em Belo Horizonte.
Começa a expor seus trabalhos em 1959, primeiro no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em seguida, no Belvedere da Sé, em Salvador. Em 1960, ganha o primeiro prêmio na categoria escultura do 15º Salão do Museu de Belas-Artes de Belo Horizonte.Participa no mesmo ano da Exposição Internacional de Arte Concreta, em Zurique, na Suíça. Adota o neoconcretismo, a partir de então, em suas esculturas de ferro e aço recortados. Participa com várias delas da mostra Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, em 1967.
Trabalha também como diagramador de jornais, sendo responsável pela reforma gráfica do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, e de muitos outros de Belo horizonte. Em 1967 muda-se para Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde vive hoje.
Começa a expor seus trabalhos em 1959, primeiro no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em seguida, no Belvedere da Sé, em Salvador. Em 1960, ganha o primeiro prêmio na categoria escultura do 15º Salão do Museu de Belas-Artes de Belo Horizonte.Participa no mesmo ano da Exposição Internacional de Arte Concreta, em Zurique, na Suíça. Adota o neoconcretismo, a partir de então, em suas esculturas de ferro e aço recortados. Participa com várias delas da mostra Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, em 1967.
Trabalha também como diagramador de jornais, sendo responsável pela reforma gráfica do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, e de muitos outros de Belo horizonte. Em 1967 muda-se para Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde vive hoje.
Escultura no jardim do MAC - USP
ANITA MALFATTI
Pintora paulista. Uma das grandes inspiradoras do movimento modernista, pioneira na renovação das artes plásticas no Brasil. Nasce em São Paulo e estuda na Alemanha e nos Estados Unidos, onde recebe influência do Expressionismo.
De volta ao Brasil, realiza uma polêmica exposição individual em 1917, com quadros com O Homem Amarelo, O Japonês e A Mulher de Cabelos Verdes. A mostra provoca violenta reação de críticos conservadores, e Anita Malfatti é atacada pelo escritor Monteiro Lobato, que escreve o artigo Paranoia ou mistificação?, publicado no Jornal O Estado de S.Paulo.
A favor da artista reúnem-se Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Guilherme de Almeida e outros. O grupo organiza a Semana de Arte Moderna de 1922. A artista realiza mostras individuais em Berlim, Nova York e Paris.
Participa da 1ª Bienal de Artes de São Paulo, em 1951, como artista convidada. A 7ª Bienal (1963) apresenta 45 trabalhos seus em sala especial. Morre no ano seguinte, em São Paulo. Entre suas principais obras estão Tropical (1916), A Estudante ( 1917), A Boba e Retrato de Mário de Andrade (1922).
De volta ao Brasil, realiza uma polêmica exposição individual em 1917, com quadros com O Homem Amarelo, O Japonês e A Mulher de Cabelos Verdes. A mostra provoca violenta reação de críticos conservadores, e Anita Malfatti é atacada pelo escritor Monteiro Lobato, que escreve o artigo Paranoia ou mistificação?, publicado no Jornal O Estado de S.Paulo.
A favor da artista reúnem-se Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Guilherme de Almeida e outros. O grupo organiza a Semana de Arte Moderna de 1922. A artista realiza mostras individuais em Berlim, Nova York e Paris.
Participa da 1ª Bienal de Artes de São Paulo, em 1951, como artista convidada. A 7ª Bienal (1963) apresenta 45 trabalhos seus em sala especial. Morre no ano seguinte, em São Paulo. Entre suas principais obras estão Tropical (1916), A Estudante ( 1917), A Boba e Retrato de Mário de Andrade (1922).
O Homem Amarelo
CÂNDIDO PORTINARI
Um dos principais pintores brasileiros, internacionalmente reconhecido por vários prêmios. Cândido Torquato Portinari nasce em Brodowski, no estado de São Paulo, mas muda-se para o Rio de Janeiro, na juventude, para frequentar a Escola Nacional de Belas-Artes.
De volta ao Brasil, dois anos depois, abandona a linha clássica e deforma as figuras humanas em suas obras. Para expressar o sofrimento dos personagens do mundo rural que retrata em seus quadros, passa a pintá-los com mãos ossudas e os pés abrutalha-dos, numa alusão ao contato que eles têm com a terra.
CÂNDIDO PORTINARI
Um dos principais pintores brasileiros, internacionalmente reconhecido por vários prêmios. Cândido Torquato Portinari nasce em Brodowski, no estado de São Paulo, mas muda-se para o Rio de Janeiro, na juventude, para frequentar a Escola Nacional de Belas-Artes.
De volta ao Brasil, dois anos depois, abandona a linha clássica e deforma as figuras humanas em suas obras. Para expressar o sofrimento dos personagens do mundo rural que retrata em seus quadros, passa a pintá-los com mãos ossudas e os pés abrutalha-dos, numa alusão ao contato que eles têm com a terra.
Café - pintura com a qual Portinari recebe a menção honrosa do Prêmio Carnegie, no salão de exposições de Pittsburg (EUA), em 1935. Produz em seguida, a série de pinturas Os Retirantes, um de seus principais trabalhos.
CILDO MEIRELES
Pintor, desenhista e escultor fluminense. Um dos mais conceituados nomes da arte contemporânea brasileira no exterior. Cildo Campos Meireles, nasce no Rio de Janeiro. Passa a infância em Goiânia, Belém e Brasília, onde, aos 15 anos, começa a desenhar. De volta ao Rio de Janeiro, em 1967, entra para a Escola de Belas-Artes. Aos poucos, seu trabalho se distancia do expressionismo inicial e adere ao construtivismo. Torna-se professor e diretor da unidade experimental do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio em 1969. Seu trabalho tem forte caráter social e contestador. Ativista de movimentos contra a ditadura, tem obras vetadas pelo governo militar. Em 1970, aos 22 anos,faz sua estréia internacional, com Inserções no Circuito Ideológico, apresentada no Museu de Arte Moderna (MOMA) de Nova York, numa exposição histórica que lança a chamada arte conceitual. Em Inserções, grava opiniões em garrafas de Coca-Cola e devolve-as à circulação para que outras pessoas façam o mesmo. Na polêmica performance Tiradentes: Totem-monumento ao Preso Político, também em 1970, realiza um ritual em que queima dez galinhas vivas em Belo Horizonte. "Todos os trabalhos que fiz, foram uma maneira de me expressar políticamente", declara. Vive em Nova York entre 1971 e 1973. É homenageado nos mais importantes eventos e centros de arte do exterior, como a Bienal de Veneza (1976), a Documentada de Kassel (Alemanha,1992), o Museu Georges Pompidou(Paris, 1989) e o MOMA (1990 e 1993). Ao final de 1999, é o primeiro artista a realizar uma mostra individual do New Museum of Contemporany Art de Nova York. Em 2002, marca presença na Documenta de Kassel com uma instalação de carrinhos de sorvete - o objetivo é chamar a atenção para a escassez de água no planeta. Em 2003, Meireles é um destaque na Bienal de Veneza. PROJETO "COCA-COLA" (1970)
Gravas nas garrafas de refrigerante (embalagens de retorno) informações e opiniões críticas, e devolvê-las à circulação. Utiliza-se o processo de decalque (Silk-screen) com tinta branca vitrificada, que não aparece quando a garrafa está fazia, e sim quando cheia pois então fica visível a inscrição contra o fundo escuro do líquido Coca-Cola.
ELISEU VISCONTI
Pintor brasileiro de origem italiana (1866-1944). Responsável por introduzir o impressionismo europeu na arte brasileira. Nasce em Giffoni Valle Piana, na Itália. Um ano depois se muda com a família para o Rio de Janeiro. A partir de 1884 estuda no Liceu Imperial de Artes e Ofícios, no qual é aluno de Henrique Bernardelli.
Mostra o resultado de seu trabalho no Salão de Belas-Artes de 1892 e ganha como prêmio uma viagem ao exterior. Vai para Paris, onde frequenta a École des Arts Décoratifis e expõe a tela Gioventú, em 1900, ano de sua volta ao Brasil. De 1906 a 1913 leciona na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio.
Também participa da decoração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, inalgurado em 1909, pinta uma tela de 12 metros por 16 metros, para o pano de boca do teatro, em que retrata 200 figuras da literatura e das artes dramáticas, entre elas Verdi, Wagner, Camões, Carlos Gomes e Castro Alves.
Algumas de suas pinturas enfeitam ainda hoje a sala de espetáculos e o foyer do Municipal. Marca a pintura Nacional do século XIX como um dos primeiros paisagistas brasileiros. Em sua obra, incorpora a técnica européia às características do país, moldando um Impressionismo à brasileira.
GIOVENTÙ (1898)
HELIO OITICICA
Pintor, escultor e artista multimídia fluminense, nascido no Rio de Janeiro, na juventude é discípulo do artista plástico Ivan Serpa. Juntamente com o mestre, Lygia Clark e Franz Weissmann funda o grupo Frente, movimento que atua de 1954 a 1956.
.Mais
tarde se liga ao neoconcretismo, participando de exposições
em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador. Espírito
de vanguarda, no final da década de 50 abandona a superfície
plana do quadro. Em 1963 cria os bólides, caixas-construções
feitas de diversos materiais.
Dois
anos depois lança os chamados parangolés: capas, tendas
e estantes que ganham sentido artístico quando vestidos. É
o responsável pelo termo tropicália, adotado como nome
pelo movimento que, no final da década de 60, teve grande
influência nas artes brasileiras, principalmente na música
popular.
Vive
em Nova York a partir de 1970. Retorna ao Brasil em 1978, morre no
Rio de Janeiro dois anos depois. Em 1992, a retrospectiva de sua
carreira faz sucesso nos EUA e na
Europa.
É homenageado durante a 22ª Bienal Internacional de Artes
de São Paulo, em 1994.
Metaesquemas
IBERÊ CAMARGO
Pintor,
gravador e desenhista gaúcho (1914-9/8/1994). Nasce em
Restinga Seca e muda-se em 1943 para o Rio de Janeiro, onde inicia os
estudos artísticos e participa de exposições. Em
1947 ganha uma viagem ao exterior como prêmio do Salão
Nacional de Arte Moderna.
Vai
para a Europa e estuda com os pintores André Lhote e De
Chirico, em Paris, e com Alberto Petrucci, em Roma. Instala-se no Rio
de Janeiro e desenvolve uma pintura com características do
expressionismo abstrato. Organiza os salões Preto-e-Branco
(1954) e Miniatura (1955), em protesto contra as condições
de trabalho dos artistas.
Em
1961 é escolhido o melhor pintor nacional na 6ª Bienal de
São Paulo. Ensina artes plásticas no Instituto de
Belas-Artes do Rio de Janeiro e dá cursos em Porto Alegre (RS)
e Montevidéu, no Uruguai. Nos anos 70 redescobre as figuras
com a série de gravuras e telasCarretéis.
Em
1980, numa briga de rua, mata um homem com um tiro. É
absolvido em janeiro de 1981 e, no ano seguinte, volta ao Rio Grande
do Sul, onde recupera a figura humana na série Fantasmagoria.
Nos anos 90 pinta Idiota.
Sua última obra antes de morrer, em Porto Alegre, é Solidão.
As idiotas (1991)
PEDRO AMERICO
Pintor
e desenhista paraibano (1843-1905). É considerado um dos
principais nomes da pintura histórica brasileira. Pedro
Américo de Figueiredo e Melo nasce na cidade de Areias. Aos 10
anos, participa, como desenhista, da expedição do
naturalista francês L.J. Brunet que percorre o Nordeste do
país.
Muda-se
para o Rio de Janeiro em 1854 e, no ano seguinte, ingressa na
Academia Imperial de Belas-Artes. Patrocinado por dom Pedro II, em
1859 viaja à França, onde aperfeiçoa seu estilo
com pintores como Ingres, Cogniat e Vernet.
Paralelamente,
estuda física, filosofia e literatura e escreve ensaios.
Retorna ao Brasil e é nomeado professor da Academia Imperial
de Belas-Artes. Pinta as cenas históricas de suas obras mais
conhecidas, A
Batalha do Avaí e Grito
do Ipiranga,
a pedido do imperador.
As
duas telas são apresentadas ao público no Salão
de Belas-Artes de 1879. O quadro sobre a Batalha do Avaí,
ocorrida durante a Guerra do Paraguai, tem 48 metros quadrados e
mostra em ação os personagens de maior importância
no conflito, como o duque de Caxias e o general Osório - este
último levando um tiro na boca.
Entre
1873 e 1885, o pintor vive na Europa e faz várias exposições.
De volta ao país, é eleito deputado constituinte em
1890. Morre em Florença, na Itália.
O GRITO DO IPIRANGA
TARSILA DO AMARAL
Artista
plástica paulista (1890-17/1/1973). Seu quadro Abaporu (1928)
inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.
Nasce em Capivari e começa a estudar pintura em 1917, com
Pedro Alexandrino. Na França, para onde viaja em 1920,
frequenta a Académie Julien e participa do Salão
Oficial dos Artistas Franceses de 1922, criando técnicas
influenciadas pelo cubismo.
De
volta ao Brasil, une-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário
de Andrade e Oswald de Andrade, formando o chamado Grupo dos Cinco,
que defende as ideias da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 1926
casa-se com Oswald de Andrade e realiza a primeira exposição
individual, na Galeria Percier, em Paris. Suas obras ganham fortes
características primitivistas e nativistas e passam a ser
associadas aos movimentos pau-brasil e antropofágico,
idealizados pelo marido.
A
partir de 1933 desenvolve uma pintura mais ligada a temas sociais, da
qual são exemplos as telas Os
Operários e Segunda
Classe.
Expõe na 1ª e na 2ª Bienal de São Paulo e tem
uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna (MAM) paulista em 1960. É
tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano
seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza. Morre em São
Paulo.
ABAPORU
VICTOR MEIRELES
Pintor
e desenhista brasileiro, Vítor Meirelles nasceu em 1º de
agosto de 1832, na cidade de Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis, capital de Santa Catarina. Aos 15 anos, viajou
ao Rio de Janeiro para estudar na Academia Imperial de Belas Artes,
onde cursou pintura histórica. Recebeu uma bolsa para cursar
faculdade de pintura na Itália e na França, em 1853. Em
1857, após receber o prêmio Especial de Viagem à
Europa, ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Paris, onde
estudou com o mestre Leon Cogniet e Andrea Gestaldi. Um dos seus
quadros mais lembrados na história da pintura brasileira é
“A Primeira Missa no Brasil”, feito na França e exposto no
Salão de Paris em 1861. Quando retornou ao Brasil, foi nomeado
professor de pintura histórica da Academia Imperial de Belas
Artes,lecionando até 1890. Na sua trajetória artística
ganharam destaque, também, as telas “Combate Naval de
Riachuelo”, obra conhecida como “Batalha de Riachuelo” e
“Passagem do Humaitá”. Ele faleceu em 22 de fevereiro de
1903, na cidade do Rio de Janeiro.
COMBATE NAVAL DO RIACHUELO
REGINA SILVEIRA
Aos 9 anos de idade, já dava pistas da carreira que seguiria, desenhando retratos que logo eram emoldurados e pendurados na parede pela mãe admiradora. Na adolescência, teve aulas particulares de desenho e pintura e, em 1959, aos 20 anos, conclui o bacharelado em pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Entre 1960 e 1966, fez ilustrações para o jornal Correio do Povo, aonde ia semanalmente e onde se sentava para conversar com o poeta Mario Quintana, cujo trabalho admirava. Além disso, ilustrou o primeiro livro de Moacyr Scliar, Histórias de Médico em Formação (1962, Editora Difusão de Cultura).Após se formar, Regina continuou a frequentar a UFRGS, cursando uma disciplina de aperfeiçoamento e ocupando o cargo de colaboradora de ensino
em algumas aulas. Na mesma época, ingressou em um labirinto oposto ao do ensino formal
com que estava acostumada: o Ateliê Livre. Fundado em 1961, o espaço tinha como intuito, como dizia na época seu fundador, o pintor Iberê Camargo, espantar o marasmo cultural do Rio Grande do Sul. Circulando pelos dois espaços simultaneamente, Regina nunca participou do confronto: “Eram matizes profissionais que nem eram da minha geração. O conflito era mais na mídia do que na realidade. Estava interessada mesmo era na linguagem, em aprender”, diz. E, ao lembrar do “mestre” Iberê, um sorriso natural e sincero vem ao rosto.
Aos 9 anos de idade, já dava pistas da carreira que seguiria, desenhando retratos que logo eram emoldurados e pendurados na parede pela mãe admiradora. Na adolescência, teve aulas particulares de desenho e pintura e, em 1959, aos 20 anos, conclui o bacharelado em pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Entre 1960 e 1966, fez ilustrações para o jornal Correio do Povo, aonde ia semanalmente e onde se sentava para conversar com o poeta Mario Quintana, cujo trabalho admirava. Além disso, ilustrou o primeiro livro de Moacyr Scliar, Histórias de Médico em Formação (1962, Editora Difusão de Cultura).Após se formar, Regina continuou a frequentar a UFRGS, cursando uma disciplina de aperfeiçoamento e ocupando o cargo de colaboradora de ensino
em algumas aulas. Na mesma época, ingressou em um labirinto oposto ao do ensino formal
com que estava acostumada: o Ateliê Livre. Fundado em 1961, o espaço tinha como intuito, como dizia na época seu fundador, o pintor Iberê Camargo, espantar o marasmo cultural do Rio Grande do Sul. Circulando pelos dois espaços simultaneamente, Regina nunca participou do confronto: “Eram matizes profissionais que nem eram da minha geração. O conflito era mais na mídia do que na realidade. Estava interessada mesmo era na linguagem, em aprender”, diz. E, ao lembrar do “mestre” Iberê, um sorriso natural e sincero vem ao rosto.
Ao
entrar em contato com a arte contemporânea experimental numa
época em que a contracultura estava no auge, Regina decidiu
que iria fazer parte daquele movimento. Visitando exposições
pela Europa, deparou com obras que iam desde a arte concreta até
a arte digital, que, segundo ela, não tinha a mais vaga ideia
de como eram produzidas. Assim, com o estímulo de experimentar
linguagens novas, o divórcio com a pintura concretizou-se por
meio de uma série de colagens geométricas, com recortes
de papéis coloridos, que apresentou na Galeria Seiquer, em
Madri, em 1967.
No
ano seguinte, voltou ao Brasil com a intenção de se
fixar em Porto Alegre, mas logo recebeu uma proposta para lecionar na
Universidade de Porto Rico, onde ficou por quatro anos. Lá,
iniciou uma produção voltada à manipulação
da imagem, como na série Laberintos (1971),
com imagens amparadas na técnica da perspectiva. Quando voltou
ao Brasil novamente, seu trabalho estava irreconhecível.
“Recebi recentemente um e-mail de um brasileiro que comprou em Nova
York um trabalho meu de 1966, dizendo que não conseguia
relacionar aquilo comigo, com o trabalho que faço hoje.
Pensei: agora vou ter de explicar para ele, vai dar uma
trabalheira!”, brinca.
De
volta ao Brasil em 1973, Regina foi dar aulas em São Paulo, na
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo e na Fundação Armando Álvares Penteado
(Faap). Foi na academia que encontrou o apoio – moral e financeiro,
por meio do suporte de agências de pesquisa – para
desenvolver seus trabalhos livremente.
MESTRE ATAIDE
Manoel da Costa Athaide
(Mariana MG 1762 - idem 1830). Pintor, dourador, encanador,
entalhador. É considerado importante artista do barroco
mineiro. Em sua obra observam-se referências aos modelos das
bíblias e catecismos europeus, como as gravuras de Jean-Louis
Demarne (ca.1752 - 1829) e Francesco Bartolozzi (1727 - 1815). Forma
com os pintores Bernardo
Pires da Silva (17-- - 17--), Antônio
Martins da Silveira (17-- - 17--), João
Batista de Figueiredo (17-- - 17--), entre
outros, a chamada Escola de Mariana. Suas obras mais destacadas são
as pinturas na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
de Assis de Ouro Preto, realizadas entre 1801 e 1812; e
as do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Santo Antônio
na cidade de Santa Bárbara, de 1806; o painel A
Última Ceia, no Colégio do Caraça,
executado em 1828; a pintura do forro da capela-mor da Igreja Matriz
de Santo Antônio, na cidade de Itaverava, de 1811, e a do
forro da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de
Mariana, de 1823. No período de 1781 a 1818, encarna e
doura as imagens de Aleijadinho
(1730 - 1814) para o Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo. Segundo a crítica
Lélia Coelho Frota, o artista teria utilizado seus quatro
filhos como modelos para a confecção dos anjos que
adornam os diversos forros e painéis por ele executados e sua
esposa para a execução da madona mulata, retratada no
forro da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de
Ouro Preto.